Ler é Viver (Outras Vidas) - De 9 a 13 de maio de 2017

sábado, 13 de maio de 2017

Às maio 13, 2017 por Unknown   Sem comentários


A última tertúlia da edição deste ano do Festival Livros a Oeste juntou no auditório do Centro Cultural Dr. Afonso Rodrigues Pereira, os escritores Cristina Norton e Mário Zambujal e uma convidada especial - Beatriz Caixaria. Esta foi uma surpresa para a jovem estudante do Ensino Secundário, que venceu a edição, deste ano, do concurso de contos 'Prémio Livros a Oeste / Câmara Municipal da Lourinhã',  e que foi convidada, pela organização, para participar na conversa. 
O tema "O Escritor é um Oleiro Cego" deu o mote a este encontro, em que se falou da paixão pela escrita, das histórias e das pessoas  que inspiram os escritores ou os autores (como Mário Zambujal prefere ser chamado). 
Para Cristina Norton, o escritor tem de  ter a dose certa de loucura para levar avante os seus desígnios. A inspiração pode vir de uma simples conversa de café ou da vida pessoal e familiar. O essencial é a paixão por aquilo que escrevemos. 
A conversa trouxe para cima da mesa a mais recente obra da escritora "O Rapaz e o Pombo", que conta uma história, baseada em factos verídicos, sobre vítimas do holocausto, desde a criança judia abandonada até às mulheres que, nos campos de concentração, eram obrigadas a prostituir-se.  A escrita deste livro foi, para Cristina Norton, "uma necessidade de sangue", pois, parte da família paterna, de origem judia, morreu num campo de concentração. 
 Por sua vez, Mário Zambujal revelou que tenta transmitir nas suas obras uma parte da sua personalidade. "Quando escrevo tenho de ter o prazer de escrever", disse. 
 Essa marca do "eu" que deixa nos livros é visível na própria escolha dos temas. "Os homens e as mulheres encontram-se e as coisas são giras", explicou.
 Com o bom humor com que nos vem brindando, desde a primeira edição do Livros a Oeste, Mário Zambujal desfilou histórias relacionadas com a escrita e também com a sua longa carreira jornalística. Foi nos jornais que encontrou várias fontes de inspiração para os seus romances, pautados por uma dose indispensável de humor. 
Mário Zambujal felicitou, ainda, a organização do Festival por continuar a levar avante esta iniciativa, e deixou uma palavra de apreço pelo facto dos lourinhanenses, com quem tem vindo a contactar, demonstrarem  grande afeição pelos livros e pela leitura. 
 Também Beatriz Caixaria deu a conhecer a sua paixão pela escrita e os temas que a movem. Comparou a leitura e a escrita a uma viagem e disse que, muitas vezes, a inspiração lhe surge de onde e quando menos espera. "Às vezes é uma ideia que me vem à cabeça antes de adormecer", disse.
Relativamente ao seu conto, explicou que teve de pesquisar e estudar a época da Idade Média para conseguir transmitir o ambiente, que pretendia imprimir ao  texto. Revelou ainda que, às vezes, a escrita de uma obra de ficção é o mote ideal para aprofundar os conhecimentos sobre períodos e contextos históricos distintos. 
 Foi assim esta última conversa, marcada por momentos inesquecíveis de partilha entre os escritores e o público presente. 

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