Ler é Viver (Outras Vidas) - De 9 a 13 de maio de 2017

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Às maio 10, 2017 por Unknown   Sem comentários

A Festa do Futebol também fica na história de um país e de um povo e a prova disso  são os livros que Rui Miguel Tovar e José do Carmo Francisco apresentaram ontem, na Biblioteca Municipal da Lourinhã, no âmbito do Festival Literário Livros a Oeste.

O público lourinhanense apareceu em peso para assistir à apresentação dos livros "As Histórias Mais Insólitas do Futebol Português", de Rui Miguel Tovar, e "Vítor Damas - A Baliza de Prata", de José do Carmo Francisco. Ambos jornalistas desportivos e habituados a verem o povo vibrar com a bola a rolar pelos relvados, falaram com a boa disposição que lhes é característica sobre algumas passagens dos seus livros.

 Rui Miguel Tovar tem ligações familiares à Lourinhã e é uma cara conhecida de quem gosta e segue o mundo do futebol. Começou por confessar que o livro, escrito com António Lobato Faria, "tem muitas histórias, mais do que as que tínhamos planeado". E realçou o facto de esta sua publicação não ser só acerca do desporto rei, tocando em alguns temas fraturantes e até políticos.

"Junta futebol mas também tem política. Há uma história de um adepto que atropelou o seu ídolo. Foi julgado, preso e, mais tarde, acabou como presidente do clube", destacou. O apetite do público pelas histórias que os dois jornalistas tinham para contar ia aumentando e foi assim que Rui Miguel Tovar passou a palavra a José do Carmo Francisco, que entrou a pés juntos.

"Este livro "Vítor Damas - A Baliza de Prata" tem uma ligação à Lourinhã. Foi aqui que conheci o Vítor Damas porque ele era treinador do Lourinhanense quando o clube era satélite do Sporting", começou por dizer.

O público local, naturalmente, ficou colado às histórias que se seguiram, sendo que uma delas serviu apenas para encontrar um ponto em comum entre os dois livros que estavam a ser apresentados.

"Do que eu li dos dois livros, há uma coisa em comum: o jogo do nevoeiro no Porto. No velho estádio das Antas, era habitual um nevoeiro denso, e os capitães e delegados costumavam conversar sobre as condições climatéricas para perceberem se existiam condições para a partida se realizar. Apesar do nevoeiro, este jogo com o Sporting aconteceu e o FC Porto acabou por marcar aquele golo fantasma", contou José do Carmo Francisco.

A seguir a esta intervenção falou-se muito do fiscal de linha, que alegadamente colocou a bola dentro da baliza, e contaram-se mais uma histórias. No final, com a intervenção do público, a conversa acabaria por esbarrar na qualidade do atual jornalismo desportivo feito em Portugal. Opiniões diversas e controversas, comentadas por ambos os escritos e jornalistas, acabaram por apimentar e alimentar este final de tarde.

No final, os habituais autógrafos foram distribuídos pelos livros que o público adquiriu no local.

TERTÚLIA "INCLUIR PELAS PALAVRAS" SURPREENDE PÚBLICO

A segunda noite de Livros a Oeste terminou com mais uma Tertúlia, desta feita atirou-se para a mesa o tema "Incluir Pelas Palavras". Com moderação de João Morales, os três convidados falaram dos seus projetos e apresentaram algumas surpresas ao público.

Os oradores convidados foram Isabel Galvão, do Grupo de Teatro RefugiActo, Filipe Lopes, de A Poesia Não Tem Grades, e Rosa Mendes Vilas Boas, da Associação Ajudaris. Isabel Galvão trouxe alguns dos seus alunos, refugiados, que declamaram poemas e partilharam as suas histórias de vida e o que os levou a terem de fugir para Portugal. 

Já Filipe Lopes, acabou por contar ao público que se deslocou ao Auditório do Centro Cultural Dr. Afonso Rodrigues Pereira alguns dos projetos que tem realizada no seu trabalho com presidiários. Tendo ainda falado de um projeto que irá implementar no futuro, com jovens reclusos, entre os 18 e os 21 anos, e que pretende trazer a palavra de trás das grades através do rap. 

Rosa Mendes Vilas Boas encantou os presentes com os vários projetos que tem realizado com a Associação Ajudaris, entre eles uma panóplia de livros infantis, com contos feitos por crianças, que estiveram à venda no final da sessão.

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